quarta-feira, 29 de julho de 2009

O que se aprende de pequeno, não se esquece de grande


Aposentado encontra na fabricação de balaios e cestas a alegria de viver


O aposentado Mario de Oliveira Lima, de 85 anos, aprendeu a fazer balaios aos 16 anos com o seu padrinho. Na época ele morava no Estado do Rio Grande do Sul e ajudava na fabricação dos balaios de vime, usados antigamente para a colheita das uvas.
Agora na terceira idade e muitos anos sem fabricar os balaios, o aposentado passou a enfrentar alguns problemas de saúde, o que o incentivou a retornar o que aprendeu na adolescência, como forma de descontração. Ele conta que o trabalho lhe faz bem e que não é tanto pelo dinheiro que ganha, mas sim pela alegria que sente em poder trabalhar com algo que aprendeu quando era jovem.
O material usado na fabricação dos balaios por seu Mario, hoje em dia já não é mais o vime. Ele encontrou um material que além de ajudar a natureza, para ele não tem custo nenhum, e são fitas de plástico usadas para amarrar os compensados e as chapas de MDF, as quais o aposentado ganha das empresas que trabalham com esse tipo de material. “As empresas fazem questão de me dar às fitas, porque se eles queimarem estarão poluindo o meio ambiente. Um dia vi as fitas e pensei que poderia fazer os balaios com elas e como não queria ficar parado e ter novos problemas de saúde, comecei fabricar eles de novo”, explica o aposentado.
A fita usada na fabricação é a prova de água e fácil de lavar. Por isso os balaios podem ser deixados na chuva que não estragam. “Esse é um material que as pessoas guardaram para o resto da vida. O balaio vai servir para os pais, para os filhos e até mesmo para os netos e bisnetos”, ressalta.
O aposentado conta que começou a fazer os balaios e percebeu que as pessoas gostavam do seu trabalho, então passou a fabricar vários tipos de balaios e cestas. Hoje ele vende de vários modelos e tamanhos. Tem os que servem para guardar as roupas sujas e os que os agricultores usam para lavar alimentos e colher milho, os quais são de tamanhos maiores. Tem ainda os que as crianças guardam os brinquedos, que tem um cabinho especial para o transporte, além dos que servem como lixeiro para as empresas.
As cestas também são de modelos diversificados, como as pequenas, que servem para guardar os grampos de roupa, e as maiores, estilo piquenique, onde se podem guardar frutas. Para o Natal seu Mario criou um novo modelo, as cestinhas que as pessoas enfeitam com doces e dão de presente para as crianças. Além das cestas e balaios, ele também empalha com a mesma fita plástica, cadeiras de madeira.
Em média o aposentado que trabalha sozinho, chega a fazer por dia três balaios. Dentro de um mês faz de 10 a 15. Dependendo do mês, chega a ganhar até R$ 300,00 com a produção.
Ele explica que os mais complicados de fazer são as cestas de guardar frutas, porque elas têm os acabamentos arredondados. No entanto, são as mais vendidas junto com os balaios de por roupa suja. Os valores dos produtos vão de R$ 1,00, a cesta pequena a R$ 10,00, o balaio grande.

Dayanne do Nascimento - Jornalista/MTB8215PR

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